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Estratégia com alma: o papel do conselheiro que escuta, conecta e provoca

  • Foto do escritor: Renato Santos
    Renato Santos
  • há 12 horas
  • 2 min de leitura
Frase de Otto Scharmer sobre a criação de novos futuros

Tenho acompanhado de perto lideranças em momentos cruciais de transformação. Em muitos dos workshops que facilito, levamos o time a refletir de forma mais profunda sobre: “Quem somos nós?”


Antes de definir metas e indicadores, é preciso olhar para dentro. Para o que nos move. Para o que precisa ser deixado para trás. Para o futuro que queremos construir — com consciência, propósito e coragem.

É nesse ponto que a presença e escuta profunda deixa de ser um gesto relacional e se torna um ato estratégico. E o conselheiro consultivo, quando atua com presença e intenção, pode ser uma peça-chave nesse movimento.


Nos workshops que conduzimos com lideranças na Eight, trazemos duas abordagens que ampliam esse olhar sistêmico:


  1. A Teoria U, de Otto Scharmer (MIT), que nos convida a mergulhar no passado, sentir o presente com profundidade e cocriar o futuro a partir de um campo de possibilidades emergentes. Vivemos num contexto de extrema complexidade e ambiguidade e isso não nos possibilita mais a dar respostas rápidas e de forma linear para as questões organizacionais.


  2. A visão em quatro dimensões da organização da Antroposofia (Jair Moggi), que compreende a empresa como um ser vivo formado por Recursos, Processos, Relações e Identidade. Essa abordagem nos permite diagnosticar o contexto atual da organização, trazendo o que está funcionando bem e o que está disfuncional em cada uma das dimensões.


    A  Teoria U e a Antroposofia nas organizações

E onde entra o papel do conselho?


As boas práticas de governança sugerem que a estratégia percorra sete etapas:


1. Definir a identidade organizacional;


2. Realizar diagnóstico interno e externo;


3. Estabelecer objetivos estratégicos;


4. Desenvolver as estratégias;


5. Formular planos de ação;


6. Garantir comunicação e engajamento;


7. Acompanhar e ajustar com base em ciclos de melhoria contínua.


Mas o que realmente sustenta essas etapas é a conexão com a essência da organização. Sem isso, o planejamento vira formalidade. Com isso, a estratégia ganha alma.

O conselheiro que escuta, que provoca com perguntas poderosas, que lê o campo além dos números, contribui de forma única para manter viva a coerência entre cultura, propósito e direção estratégica.


Acredito que o desenvolvimento de uma habilidade definida na Teoria U pelo mestre Otto Scharmer pode ser essencial para o conselheiro: o presencing.


O presencing é a união das habilidades de presenciar (estar no aqui e agora consciente e conectado) com a capacidade de sentir, que nos conecta de forma mais sensorial com o campo que estamos vivenciando.


Dessa forma, nos conectados com o presente e ao mesmo tempo com as forças que nos direcionam para co-contrução de futuros de maiores possibilidades.


Organizações que possuem um plano estratégico claro, conectado à sua identidade e com capacidade de evolução constante, saem na frente. Elas conseguem alinhar propósito e ação, adaptam-se com mais agilidade às mudanças do ambiente externo e engajam suas pessoas em torno de um futuro comum e inspirador.


Ao unir consistência com flexibilidade, razão com sentido, essas organizações tomam decisões mais assertivas, atraem e retêm talentos e criam valor de forma sustentável.


Ter uma estratégia viva — e não apenas planejada — é uma das maiores vantagens competitivas do nosso tempo.

Renato Santos

Cofundador da Eight, Facilitador de Diálogos, Especialista em Desenvolvimento de Lideranças C-Level, Estratégia Organizacional e Cultura.


Artigo publicado originalmente no Linkedin


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