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Conselhos de Alto Impacto com Visão de Futuro: o que os líderes precisam cultivar?

  • Foto do escritor: Renato Santos
    Renato Santos
  • 18 de jul.
  • 3 min de leitura
Imagem mostra menino olhando o telscópio, uma metafora para conselhos de alto impacto com visão de futuro

Conselhos de Alto Impacto com Visão de Futuro: O que os líderes precisam cultivar agora para construir futuros de maiores possibilidades


Vivemos um tempo em que o papel dos conselhos vai muito além da supervisão técnica e do compliance. Conselhos de administração e consultivos que realmente geram impacto são aqueles que suportam as organizações em cocriar futuros mais sustentáveis, inclusivos e inovadores. Esses elementos para serem efetivos precisam ser equilibrados com o que é economicamente viável para organização, dando sustentabilidade financeira.


Tenho acompanhado esse movimento tanto como facilitador de processos de identidade, visão e cultura organizacional em empresas e organizações da sociedade civil, quanto como coach e consultor em processos desenvolvimento de líderes. E uma coisa é certa: não há visão de futuro sem abertura para o novo, escuta profunda e coragem para evoluir.


A urgência de uma nova postura nos conselhos


O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e o Board Academy têm sido uma referência importante ao afirmar que conselhos precisam sair de um papel predominantemente fiscalizador e migrar para uma atuação estratégica, inovadora e propositiva.


Segundo o IBGC, conselhos de alto impacto são aqueles que:


  • Cultivam uma visão de longo prazo, guiada pelo propósito e pelas necessidades emergentes da sociedade

  • Assumem a responsabilidade pela cultura e coerência da organização, garantindo que o discurso esteja alinhado com a prática

  • Se organizam com diversidade de experiências, olhares e competências, promovendo um pensamento mais sistêmico

  • Atuam como curadores de uma agenda ESG robusta, transformando riscos em oportunidades de geração de valor


Identidade, visão e cultura: chaves para transformar o futuro

Ao longo dos últimos anos, conduzi diversos processos com lideranças que buscavam não apenas responder aos desafios do presente, mas construir futuros de maiores possibilidades.


E isso só é possível quando se trabalha, de forma integrada, os elementos:


· Da Identidade (quem somos),


· Da visão (onde queremos chegar) e


· Da cultura (como fazemos acontecer).


A Teoria U, criada por Otto Scharmer, tem sido uma base poderosa para esse trabalho. Ela nos convida a desenvolver uma nova forma de aprendizagem: aprender com o futuro à medida que ele emerge (entender tendências, sentir os sinais, projetar a partir da visão sistêmica, adaptar-se de forma proativa).


Aprender a partir das experiências do passado é importante, mas não é suficiente diante da complexidade, ambiguidade, incertezas e de uma evolução tecnológica sem precedentes na história humana.


Aprender somente a partir do passado, muitas vezes, limita o desenvolvimento de uma visão de futuro mais corajosa e são entraves para a inovação.

E é exatamente isso que conselhos com visão de futuro fazem: não apenas provocam reflexões sobre projeção de metas, mas abrem espaço para que o novo possa nascer, sem perder a conexão com a essência da organização, com a viabilidade econômico-financeira e com o impacto que ela deseja gerar no mundo.


O que não pode faltar em um conselho com visão de futuro, segundo o IBGC (e a prática)


  1. Direcionamento estratégico com foco no longo prazo, integrando inovação, ESG e impacto social.

  2. Composição diversa e pensamento plural, com espaço para vozes de diferentes origens e gerações.

  3. Cultura de aprendizado contínuo e avaliação constante, promovendo ciclos de reflexão e melhoria.

  4. Tecnologia e riscos emergentes na pauta, com atenção às transições digital, climática e demográfica.

  5. Escuta ativa e conexão com stakeholders, valorizando relações autênticas e legítimas.

  6. Zelo pela cultura e pelo propósito organizacional, atuando como guardiões da coerência e da reputação.


Por que precisamos de conselhos corajosos?


Conselhos de alto impacto são, antes de tudo, corajosos o suficiente para suportar as organizações a não repetirem padrões do passado e a cultivar novos cenários de futuro.


São espaços onde se pode parar, escutar e agir com consciência, mesmo diante da complexidade e dos grandes desafios atuais.


E é essa capacidade de ver com novos olhos, escutar com empatia e agir com propósito que torna um conselho verdadeiramente transformador.

Renato Santos

Cofundador da Eight, Facilitador de Diálogos, Especialista em Desenvolvimento de Lideranças C-Level, Estratégia Organizacional e Cultura.


Artigo publicado originalmente no Linkedin

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