Quantas vezes você já ouviu que o mundo está mudando? Que estamos vivendo uma transformação? Mas afinal, que algo é esse de tão diferente que está acontecendo?
Isso me faz lembrar um artigo do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, que estudou sobre o impacto do fenômeno da Revolução Industrial na vida das pessoas. Neste estudo, ele trouxe uma perspectiva de que as pessoas que vivenciaram a Revolução Industrial não sabiam exatamente que estavam diante de tamanha magnitude de mudança, que marcaria uma transformação histórica no mundo. Segundo ele, a Revolução Industrial levou 100 anos para ser nomeada como tal.
Diante deste fato, qual é a relação que se pode fazer com o momento atual? Algo novo está acontecendo, estamos vivendo uma grande mudança…talvez uma Revolução!? Mas que Revolução é essa? Possivelmente não saibamos nomeá-la. Por que, não? Porque tudo que nomeamos temos como premissa o passado, carregamos conosco fatos e experiências do que já vivemos. Porém quando falamos de Inovação, estamos falando de algo que ainda não aconteceu, algo puramente novo. Seria, então a Revolução Digital? Se estamos vivendo a era da tecnologia, da conexão, da economia criativa, colaborativa, compartilhada e circular…como nomeá-la?
Será que teremos que viver 10, 20 ou 30 anos para nomear este momento de transformação? Mas seja lá qual for a narrativa criada para este momento, fato é que estamos vivendo uma mudança!
Modelos do passado não mais funcionarão na era inovadora. Esta nova era de informação em rede traz uma mudança na maneira de se relacionar. Começa a nascer a lógica da abundância, onde o crescimento vem da colaboração e não mais da competição e escassez. A escassez é solitária, onde a crença nasce do medo, já a abundância é coletiva, nasce da confiança. Com isso a confiança tem mais valor que o crédito, sendo a reputação o verdadeiro valor. E como funciona essa interação colaborativa, entre pares? Vamos considerar a hipótese que a informação, por si só, é livre, mas gastamos muita energia tentando centralizá-la e limitá-la. No entanto, se acreditarmos no fluxo, na distribuição da informação, vamos perceber novos modelos emergindo e a transição da informação passará a ser a oportunidade e não a crise. Porque a crise, nada mais é do que a resistência à mudança, enquanto a oportunidade é o fluxo para a mudança de um padrão.
Quando a informação acontece em rede, juntos há força e velocidade. Se eu tenho poder e confio esse poder ao outro, na lógica da abundância, eu empodero este outro que retornará com esse poder transformado em benefício ao tecido social, ao coletivo. O poder não é centralizado ou distribuído, ele é amplo quando ocorre em rede. Há um crescimento exponencial de conteúdo de informações emergentes e inovadoras quando elas ocorrem no modelo de rede.
IN – FORMA – AÇÃO
Se este modelo lhes parece estranho, fuja da regra e comece a criar princípios, baseados em valores de confiança e reputação, nos quais é possível mudar. Num paradoxo, comparemos este modelo à Natureza, que está em constante transformação, em mutação. A Natureza multiplica, da semente à colheita.
Surge então, uma Nova Economia, uma Economia Integrada. São elas, economia criativa que ocorre através das ideias, o valor está no intangível. Já a economia compartilhada está associada ao compartilhamento da infraestrutura, o valor está na utilização por meio de coletividade. E por fim, a economia colaborativa que está associada a forma de gestão, distribuída e horizontal. Ouso a dizer que não há falta de recursos, há uma necessidade de convergi-los em uma direção comum em prol de uma colheita abundante.
O futuro provável ficou no passado, a Revolução nos traz a oportunidade de vivermos um futuro desejável para conquistar o futuro possível. Vamos construir uma nova narrativa para este marco e mais importante que nomeá-la, é viver esta revolução conscientes que fazemos parte de uma mudança que marcará a história.
Como fazer parte desta Revolução e impulsionar que o futuro possível aconteça hoje?