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  • Foto do escritorChristine

Segunda Metade

Atualizado: 8 de abr.


Primeiro de julho. Hoje começa a segunda metade do ano. Começa também a segunda metade da minha vida. Não que eu vá viver 110 anos! Mas, se considerarmos que minha vida adulta começou aos 18, com a vinda da minha filha, teremos 36 anos... mais 36 anos de vida... terei 90 anos. Acho que desta vez estou esticando os números.

Preciso explicar uma coisa sobre mim: desde muito pequena fui amiga dos números. Antes dos 6 anos já contava o número de postes entre minha casa e o lugar onde ia. E, se fazia o caminho duas vezes , contava mesmo assim, para ter certeza que não tinha errado. Somava todos os números das placas dos carros quando estava no trânsito... se o número da soma fosse igual ao último número da placa eu ficava toda feliz, buscando o rosto do condutor para ver quem tinha tido tanta sorte! Sempre somei as datas de aniversário, para saber que número dava, e criei dentro de mim um monte de diferentes interpretações para cada número resultante. Não foi à toa que fui trabalhar em banco. Números amigos me cercavam todo o tempo. E, muitas vezes, minha amizade com eles me ajudou muito para abrir portas. Descobria a inversão da lógica, o complemento contábil, o engano registrado, atendendo aos dias contados, ao cronograma ditado, ao orçamento aprovado. E assim, os números e eu andamos pela vida, de mãos dadas.

Nessa primeira metade, aprendi muito: incontáveis desafios e inúmeras conquistas com todas suas derivadas matemáticas de sucessos, frustrações, vitórias, angústias e que, depois de somadas, me transformaram no que sou neste momento.

Então, quando acordei hoje e me peguei fazendo as contas da “segunda metade”, percebi que não quero mais isso. Agora dispo-me dos números, deixo que os sonhos me inundem, que a vida me leve, que minha alma se manifeste. Não importa mais a quantidade numérica de anos, mas o brilho, a intensidade, o sentimento de tudo o que vem pela frente! Guardo os números tangíveis e abro o coração para a vida. Segura de sua fragilidade. Mas, como a vida tem sua ironia, é através de um número que farei tudo isso nesta segunda metade: 8!

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