Esse clima Olímpico está mexendo com as minhas emoções e está trazendo à tona algumas reflexões do passado!
Escutar os depoimentos dos nossos medalhistas Rafaela Silva e Diego Hypolito, me fizeram chorar de alegria por suas conquistas e também chorar comovida pelos relatos de suas vulnerabilidades e superação. Logo após sua primeira apresentação, ainda na fase de classificação, Diego falou algo do tipo…entrar na pista e dar o seu melhor era vencer a si mesmo, que ele próprio era o seu principal rival…Já Rafaela, disse que após a derrota de Londres pensou em deixar o judô.
Estar entre um dos melhores do mundo, ser medalhista, ter esse reconhecimento é uma conquista concreta de ser referência no que faz.
Ter e saber qual é o seu talento era algo que levava para as sessões de análise! Era esse, exatamente esse exemplo, de atletas olímpicos que eu levava para a terapia para me questionar sobre qual era o meu talento. Ou seja, se eu não sabia qual era o meu talento, nunca teria a oportunidade de ser reconhecida! Afinal, reconhecer o que? Arrisco a dizer que essa pergunta me acompanhou durante muitos anos, pelo menos 10 anos!
Pois bem, muitos anos depois, recentemente descobri qual é o meu talento! Para descobri-lo fiz um mergulho na minha infância! Busquei no meu passado o que eu gostava de brincar, o que eu fazia espontaneamente, por puro prazer! E lembrei que gostava muito de escutar as pessoas com suas histórias de vida, gostava de filmes baseados em fatos reais e ler biografias! Tinha interesse por pessoas! Sempre fui uma boa ouvinte e escutava com atenção e presença! Era uma espécie de confidentes das amigas e até de desconhecidos! E de alguma maneira isso foi me acompanhando na fase adulta, escolhi cursar Psicologia, e posteriormente já formada, fiz carreira em RH. Porém, percebi que o ambiente organizacional me afastou da essência de escutar genuinamente as pessoas. Inesperadamente, uma parada forçada, me fez ter que escutar a mim mesma. Estar de frente para a vida (digo que enfrentar o câncer de mama foi um encontro com a vida e não com a morte), me trouxe novamente aquela pergunta do passado: Qual é o meu talento?
Não foi na luta de judô e tão pouco nos saltos artísticos…foi na escuta da batida do meu coração que encontrei a resposta. Meu talento é simples, porém por incrível que pareça, também requer treino e muita prática. Meu talento é escutar as pessoas com presença, sem preconceito ou julgamento. Por isso, escolhi uma nova profissão (que chamo inclusive, de estilo de vida, por acreditar que é mais do que uma profissão). Sou Coach, uso o meu talento!
Hoje não preciso de medalhas para endossar meu talento, eu mesma reconheço que fiz a VIDA valer OURO!
Qual é o seu talento? Lembre-se do que gostava de brincar na sua infância…